A Coca-Cola entrou no centro de uma disputa jurídica que mistura publicidade, nostalgia e direitos de imagem. O espólio de Johnny Cash abriu um processo federal contra a companhia, acusando-a de usar em um de seus comerciais uma voz tão parecida com a do artista que o público poderia facilmente acreditar tratar-se do próprio Homem de Preto.
A ação foi registrada em 25 de novembro de 2025, no Tribunal do Distrito Central do Tennessee, e se refere a uma peça veiculada durante transmissões de futebol universitário como parte da campanha Fan Work Is Thirsty Work.
Segundo o processo, a empresa contratou o cantor tributo Shawn Barker para interpretar uma música em um estilo que, na visão dos representantes do espólio, imitava de forma excessivamente fiel o famoso timbre grave de Cash.
O caso ganhou força por causa do ELVIS Act, legislação estadual que entrou em vigor em julho de 2025 e ampliou a proteção do direito de imagem no Tennessee, passando a incluir também a voz de uma pessoa, tanto em imitações humanas quanto em reproduções feitas com inteligência artificial.
Para os advogados do espólio, o comercial teria violado essa lei ao explorar a voz de Cash sem autorização, além de supostamente enganar consumidores ao sugerir que o icônico cantor participava da campanha.
Os representantes da família afirmam que a voz é parte essencial da identidade de um artista e que sua utilização indevida em publicidade não pode ser tratada como simples homenagem.
O advogado Tim Warnock foi direto ao ponto ao comentar o caso, dizendo que “roubar a voz de um artista é um ato de roubo” e que isso fere não apenas o legado profissional, mas a integridade e a humanidade de quem a possuiu.
A disputa agora segue para os tribunais, enquanto a Coca-Cola ainda não se manifestou publicamente sobre as acusações.
Veja mais sobre web.
