Cientistas descobriram que o calor extremo, intensificado pelas mudanças climáticas, não afeta apenas idosos. Jovens também estão vulneráveis, conforme revela um estudo publicado na Science Advances.
Entre 1998 e 2019, cerca de 75% das mortes relacionadas ao calor no México ocorreram entre pessoas com menos de 35 anos.
Todos estão em risco
Surpreendentemente, jovens entre 18 e 34 anos têm morrido em temperaturas mais baixas do que as consideradas críticas.
A pesquisa usou dados de temperaturas de “bulbo úmido”, que combinam calor e umidade para medir como o corpo humano suporta altas temperaturas.
Mesmo com temperaturas moderadas de 24°C (75°F) de bulbo úmido, jovens foram afetados. Para comparação, idosos acima de 70 anos costumam ser mais vulneráveis em temperaturas mais altas.
Por que isso acontece?
Os pesquisadores apontam dois fatores principais:
- Vulnerabilidade fisiológica: O corpo de jovens pode ser afetado por períodos prolongados de exposição ao calor, mesmo em níveis considerados “moderados”.
- Exposição social e econômica: Jovens são mais propensos a praticar atividades intensas ao ar livre, como esportes ou trabalhos pesados, aumentando o risco.
O que o futuro reserva
Com o aumento das ondas de calor devido às mudanças climáticas, os pesquisadores projetam um aumento de 32% nas mortes de jovens adultos até 2100.
O calor moderado — dias que não são extremamente quentes, mas ainda perigosos — também deve se tornar mais frequente, agravando o problema.
“O calor não afeta apenas a biologia do corpo, mas também as condições sociais e econômicas que levam à exposição”, explica Daniel Bressler, coautor do estudo.
As descobertas reforçam a necessidade de políticas para mitigar as mudanças climáticas e de estratégias para proteger populações vulneráveis, independentemente da idade. O calor extremo não é mais apenas um problema dos mais velhos — agora é um desafio compartilhado por todos.
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