O Nerdizmo teve a oportunidade de entrevistar o autor Lucas C. Lima sobre seu novo livro, “O Sonho da Borboleta“, e descobriu detalhes intrigantes sobre sua obra e seu processo criativo.
Publicado pela Qualis Editora, a obra apresenta um grupo de jovens que enfrenta o inimaginável: acordam presos numa mansão abandonada de corredores intermináveis e pinturas enigmáticas que preveem um futuro sombrio. Cada cômodo é uma nova armadilha, cada passo pode ser o último.
Sem memória de como chegaram ou de quem os aprisionou, desconfianças surgem enquanto o perigo espreita em cada sombra. No coração desta mansão sinistra, um mistério ancestral sobre a lenda de um alquimista imortal, cujas intenções podem ser tão letais quanto as armadilhas que os cercam. Em uma corrida contra o tempo, os jovens devem juntar as peças deste quebra-cabeça macabro.
Prepare-se para mergulhar nas principais revelações sobre essa obra intrigante nesta conversa com o autor.
O significado por trás do título
Lucas explica que o título do livro se origina de uma lenda taoísta sobre Chuang Tzu, que sonhou ser uma borboleta e, ao acordar, questionou sua própria identidade. Esta lenda serve como base para as reflexões sobre identidade que permeiam a obra, levantando questões como “Quem eu sou?” e “Eu me conheço de verdade?”.
Sobre a enigmática capa do livro
A capa do livro apresenta borboletas pretas cobrindo os rostos dos personagens, simbolizando a incerteza sobre a verdadeira identidade de cada um. Lucas menciona que esta é uma temática recorrente na obra, onde as faces das pessoas nunca aparecem por completo nas pinturas descritas.
Principais inspirações e influências
O autor cita diversas fontes de inspiração para criar a atmosfera de suspense e terror psicológico como, por exemplo, as obras “House of Leaves” e “Piranesi”, por suas casas maiores por dentro do que por fora, além dos autores Edgar Allan Poe, HP Lovecraft e Oscar Wilde, por conta de seus estilos únicos. O conceito de Liminal Spaces e a creepypasta das Backrooms, o filme “Donnie Darko” e o jogo “Silent Hill”, além dos contos de Jorge Luis Borges.
A mansão também é um personagem?
Lucas revela que a mansão em que a história se passa é, na verdade, o personagem mais importante do livro. Ele dedicou muito tempo ao desenvolvimento deste cenário, que reflete as mentes dos personagens e muda conforme a trama se desenrola.
Equilibrando curiosidade e medo
Para criar uma experiência única de terror psicológico, o autor alternou entre momentos de perigo sobrenatural e conflitos psicológicos entre os personagens. Ele também enfatiza a importância do suspense e da curiosidade, além do medo em si. Para isso, diferentemente de seu processo habitual, Lucas planejou meticulosamente toda a história antes de começar a escrever.
Durante seu trabalho de escrita, ele inseriu pistas verdadeiras e falsas ao longo da narrativa para manter os leitores engajados e curiosos. Com isso, ele consegue classificar os mistérios do livro em três categorias: com respostas diretas, respostas encobertas e mistérios sem respostas claras ou sujeitos a interpretação.
O que podemos esperar para projetos futuros?
Atualmente, Lucas está trabalhando em uma coletânea de contos de terror e planeja um novo romance. Ele deixa uma dica enigmática: “preparem seus crucifixos e afiem as estacas de madeira”.