Um estudante brasileiro, Lucas Tadao Sugahara Wernick, de Curitiba, encontrou uma solução inovadora para o problema do descarte de resíduos industriais: bandejas biodegradáveis feitas a partir de casca de mandioca e grimpa de araucária – os pequenos galhos da árvore símbolo do Paraná.
A ideia nasceu em 2024, durante as atividades de Iniciação Científica no Colégio Bom Jesus Centro, quando Lucas começou a pesquisar o impacto ambiental do desperdício gerado pelas indústrias.
Para fabricar as bandejas, Lucas desenvolveu uma receita que combina a grimpa triturada e cozida com água ao resíduo da mandioca.
Depois de um ano de testes e aprimoramentos, o resultado foi um produto ecológico que substitui as tradicionais bandejas de isopor e plástico, conhecidas por demorarem séculos para se decompor.

Enquanto as bandejas convencionais podem levar até 700 anos para desaparecer do meio ambiente, a versão criada por Lucas se decompõe em cerca de um mês, tornando-se uma alternativa sustentável.
A inspiração para a invenção surgiu após visitas a fábricas de processamento de mandioca, onde o estudante percebeu a quantidade significativa de resíduos produzidos.
Em uma das plantas visitadas, por exemplo, a moagem mensal de mandioca chega a 140 mil toneladas, gerando aproximadamente 105 mil toneladas de resíduos, dos quais 26 mil toneladas correspondem ao bagaço.
No início, Lucas usava cola para unir os ingredientes, mas continuou pesquisando até descobrir que a própria fécula da mandioca poderia ser usada como aglutinante, tornando o processo ainda mais amigo do meio ambiente.
O estudante já confeccionou mais de 30 bandejas e, graças ao reconhecimento do projeto em uma feira científica, conquistou uma bolsa de estudos da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Com esse apoio, Lucas pretende estudar ainda mais e utilizar a mistura para criar novas soluções sustentáveis, como placas de revestimento para arquitetura e design.

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