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Ponto Morto: reviravoltas em 3 histórias curtas

Ao observar a capa, dois homens aparentemente “pré-históricos” no topo de um penhasco, Ponto Morto passa a impressão de uma obra dramática. Ao folhear as páginas dessa HQ, esse tom dramático dá lugar a reviravoltas totalmente inesperadas. Assim é Ponto Morto, uma one-shot (edição em volume único) independente, com roteiros de Rafael Corrêa e desenhos de Rogê Antônio.

Capa de Ponto Morto

Ponto Morto foi lançada em Porto Alegre, em 2012, e é fruto da colaboração entre dois gaúchos: Rafael Corrêa, cartunista, que aqui assina pela primeira vez como roteirista; e Rogê Antônio, desenhista, que atualmente está trabalhando na Editora Marvel.

São 3 histórias curtas, em preto-e-branco e sem falas nem textos, que começam de forma dramática, e terminam com reviravoltas bastante inusitadas, típicas de cartuns. Combinação perfeita entre um cartunista e um desenhista com traços mais “realistas/sérios”.

Página interna de Ponto Morto

A primeira se chama 2 rodas. Mostra um bando de homens “pré-históricos” em uma caçada, buscando por alimento, quando eles se deparam com uma presa estranha…

A segunda se chama 4 patas. Mostra um gaúcho chegando em uma vila e causando espanto ao adentrar no “bolicho”. Ali irrompe uma típica brica de bar, com um final inesperado…

A terceira se chama 1 casco. Mostra um náufrago em uma ilha deserta, quando ele avista um navio e com ele sua esperança de ser resgatado.

Não posso deixar de mencionar a primeira página, que é um cartum genialmente engraçado, com traços de Rafael Corrêa, onde os dois autores debatem sobre o editorial.

Rafael Corrêa, roteirista

Falei sobre Rafael Corrêa na minha matéria anterior aqui no Nerdizmo.

Rogê Antônio, desenhista

Rogê Antônio é um desenhista gaúcho radicado em São Paulo. Trabalha com quadrinhos e ilustração desde 2008. No Brasil, entre outros trabalhos, ilustrou livros para a Editora Dublinense e ilustrou o álbum Descobrindo um Novo Mundo (2015, Editora Nemo). Faz parte de estúdios que representam artistas, como a Chiaroscuro Studios e a Prado’s Art & Design. Seu primeiro projeto em editora estrangeira foi para a Boom! Studios, uma biografia de um ex-presidente dos EUA.

Principais trabalhos na DC Comics: Batgirl and the Birds of Prey, Nightwing, Green Lanterns, Batman and Robin Eternal, Detective Comics: Endgame, Grayson, Batman Annual, Injustice: Year Zero.

Principais trabalhos na Marvel Comics: X-Men Red, Conan The Barbarian, Star Wars: Tie Fighter, Contagion, Captain America: King in Black, She-Hulk, Deadpool, Carnage, Cyclops.

Um excelente casamento entre expectativa e quebra de expectativa

As 3 histórias curtas que compõem Ponto Morto possuem uma arte “orgânica”. Fazem uso de ângulos e enquadramentos “cinematográficos”, criando um aumento na tensão. E essa expectativa que é criada, é quebrada com mudanças inusitadas, elemento base dos cartuns. Deixando nas mãos do leitor a intepretação para esses finais.

Ponto Morto é um ótimo exemplo de como estilos artísticos distintos podem ser combinados em uma HQ, criando novas possibilidades, dando liberdade tanto para os autores como para os leitores. E essa talvez seja uma das essências da arte: a liberdade alcançada no casamento entre seus elementos.

Matéria relacionada em Nerdzimo:

Gambiarra: uma introdução a Rafael Corrêa

Fagner Lopes

CEO Presidente e fundador da Obewise Entertainment Network, escritor, biomédico e amante de jogos eletronicos, mais precisamente DOTA 2. Redator do site e artista na Obewise Radio Network.

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