O renomado astrônomo de Harvard Avi Loeb, conhecido por suas ideias ousadas sobre vida extraterrestre e fenômenos cósmicos, voltou a chamar atenção com mais uma teoria intrigante. Em seu mais recente artigo, ele sugere que um pequeno objeto recentemente identificado em órbita próxima à Terra pode, na verdade, ser um artefato humano perdido, possivelmente uma sonda espacial ou uma antiga nave lançada há mais de 60 anos pela extinta União Soviética.
O corpo celeste em questão é o 2025 PN7, classificado como um “quase-satélite”, um objeto que compartilha uma órbita semelhante à da Terra, mas sem estar permanentemente preso à sua gravidade. Descoberto em agosto, o objeto tem despertado curiosidade por seu comportamento incomum, o que levou Loeb a considerar a hipótese de que ele poderia ser um pedaço de tecnologia antiga vagando pelo espaço desde a era da Corrida Espacial.

Segundo o astrônomo, há uma chance de que o 2025 PN7 seja um fragmento da missão Zond 1, lançada pela União Soviética em abril de 1964. A sonda tinha como destino o planeta Vênus e chegou a ser a primeira tentativa russa de pousar um equipamento na superfície do planeta. No entanto, problemas técnicos fizeram com que os cientistas perdessem contato com a espaçonave antes mesmo de ela alcançar o alvo. Loeb, junto do engenheiro Adam Hibberd, da organização Initiative for Interstellar Studies, refez o trajeto estimado da missão e comparou com a órbita atual do objeto recém-detectado, e a coincidência, segundo ele, é impressionante.
A dupla acredita que a Zond 1 pode não ter obtido impulso suficiente para escapar da gravidade solar, ficando presa em uma longa órbita em torno do Sol até ser “redescoberta” agora como o misterioso 2025 PN7. Outra possibilidade é que o objeto seja o estágio superior do foguete que lançou a sonda, e não a própria nave. Para testar a teoria, Loeb propõe uma análise espectral detalhada do objeto, o que poderia revelar sua composição e determinar se ele é de origem natural ou tecnológica.
Essa não seria a primeira vez que uma relíquia espacial é reencontrada depois de décadas. Em 2020, o telescópio Pan-STARRS, no Havaí, identificou um objeto muito parecido orbitando o Sol. Após investigação, descobriu-se que se tratava do estágio superior de um foguete Centaur, usado pela NASA em 1966 para lançar a missão lunar Surveyor 2, que também falhou e acabou vagando pelo espaço por mais de cinquenta anos.
Se a hipótese de Loeb se confirmar, o 2025 PN7 pode se juntar a essa lista de “fantasmas” espaciais, pedaços de tecnologia humana que retornam para nos lembrar das primeiras tentativas de explorar o cosmos. E, como sempre, Loeb parece mais do que disposto a olhar para o céu e perguntar: o que mais está flutuando por aí, esperando para ser redescoberto?
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