Nos anos 1990, qualquer entusiasta de tecnologia sonhava com o dia em que um computador completo pudesse ser levado no bolso. Naquela época, notebooks eram verdadeiros tijolos de metal, pesados e quentes o suficiente para funcionar como aquecedores portáteis. O máximo que se podia imaginar era reduzir o tamanho sem perder a essência de um PC de mesa. Agora, em 2025, esse sonho nostálgico se tornou realidade, e com um toque retrô irresistível. O modder Changliang Li conseguiu transformar um processador Pentium clássico em um PC portátil funcional que roda o lendário Windows 98.
O projeto, batizado informalmente de “Pentium de bolso”, nasceu de uma ideia simples no papel, mas que exigiu engenhosidade e miniaturização em cada etapa. No centro da máquina está um processador Intel Pentium MMX de 166 MHz, retirado de um antigo desktop, junto de uma placa-mãe Kontron MOPS/686+. O sistema conta ainda com 32 MB de memória EDO RAM, o suficiente para rodar clássicos da época, como Doom, Quake ou Command & Conquer, sem engasgos.
Para armazenamento, Li usou um cartão CompactFlash configurado para a era do Windows 98, que abriga tanto o sistema operacional quanto softwares de época, incluindo um navegador que, naturalmente, não reconhece mais a internet moderna. Todo o conjunto é alimentado por uma bateria de lítio-polímero de 3,7 volts, conectada a uma placa USB-C PD que mantém o sistema vivo por várias horas.
O resultado é um híbrido entre relíquia e inovação. A placa principal, do tamanho de um cartão de crédito, abriga todos os chips essenciais: um Super I/O para controle de teclado e portas seriais e um controlador VGA responsável pela saída de vídeo. O display é uma tela LCD colorida de 5,6 polegadas e resolução 480p, reaproveitada de um antigo player de DVD portátil. A digitação é feita em um teclado mecânico dividido, e o controle do cursor fica por conta de um trackball da Logitech estrategicamente posicionado ao lado da tela. Para completar o charme, a carcaça foi impressa em 3D, com um design que mistura nostalgia dos anos 90 e portabilidade de gadget moderno.
O resultado é algo que parece saído de uma realidade alternativa, como se a Intel, em 1998, tivesse lançado um “Game Boy para geeks”. E o mais impressionante é que o pequeno dispositivo realmente funciona, inicializando o Windows 98 em poucos segundos e permitindo explorar o sistema, rodar aplicativos antigos e até ouvir o icônico som de inicialização que marcou uma geração.
Para os apaixonados por tecnologia retrô, o mini PC de Changliang Li é mais do que uma peça de engenharia: é uma viagem no tempo compactada na palma da mão, e uma prova de que a nostalgia, quando aliada à criatividade, ainda tem muito espaço no mundo high-tech.
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