O AC/DC mostrou que ainda sabe surpreender ao ressuscitar “Jailbreak” nos palcos pela primeira vez em 34 anos durante o show em Melbourne, reacendendo a fase Bon Scott como se o tempo não tivesse passado. A apresentação marcou a volta da banda aos palcos australianos depois de uma década e ganhou uma atmosfera especial quando o riff clássico, lançado em 1976 e guardado desde 1991, voltou a ecoar em um estádio lotado. Para os fãs, foi uma viagem direta à essência mais crua do grupo, que ainda incluiu raridades como “If You Want Blood (You’ve Got It)” e “Riff Raff”, também resgatadas especialmente para a plateia.
Mas a vibração não ficou restrita à Austrália. Logo depois do início da turnê, o que os fãs brasileiros esperavam finalmente se confirmou: o AC/DC desembarca no Brasil em fevereiro de 2026 com dois shows no estádio MorumBIS, em São Paulo, nos dias 24 e 28. É a primeira vez que a banda pisa aqui em mais de 15 anos, o que explica a corrida desenfreada por ingressos e talvez também os preços capazes de deixar até “Thunderstruck” parecendo um título autobiográfico.
Os valores variam entre “me mate, mas eu vou” e “meu cartão que lute”: as arquibancadas começam em R$ 850, a pista parte de R$ 1.350, e as cadeiras saltam para até R$ 1.590. Tudo isso, claro, pela inteira. A meia-entrada ajuda, mas ainda dói menos pisar no Lego. Mesmo assim, a demanda foi tão absurda que os bilhetes para o dia 24 evaporaram em poucas horas, obrigando a produtora a abrir a data extra, que rapidamente entrou no modo “baixa disponibilidade”. Para quem pretende tentar, cada CPF pode comprar até quatro ingressos.
O clima é de celebração não apenas pelos shows confirmados, mas pelo próprio momento da banda, que demonstra fôlego impressionante ao revisitar clássicos esquecidos e manter sua identidade intacta. A turnê leva o nome de “PWR UP”, álbum lançado em 2020 e recebido pela crítica como uma reafirmação da força do AC/DC. Mesmo sem reinventar nada, o disco provou que a fórmula continua funcionando e que os veteranos não estão prontos para desligar os amplificadores tão cedo.
Com a volta triunfal na Austrália, o anúncio oficial dos shows no Brasil e uma setlist que mistura clássicos eternos e surpresas para colecionador, 2026 já desponta como um ano de arrepiar os cabelos dos fãs de rock. E, se os ingressos parecem um choque de 10 mil volts, pelo menos dessa vez a descarga vem com Angus Young rodopiando no palco.
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