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Vítima pede ‘pizza’ pelo 190 e é salva do cárcere

Uma mulher que foi mantida em cárcere privado por três dias foi salva após ligar para o 190 e fingir que pedia uma pizza. Segundo a vítima, o homem a ameaçava com uma faca e a obrigava a ter relações sexuais com ele. O caso ocorreu por volta das 23h deste domingo (29) em Samambaia, no Distrito Federal.

Mulher foi salva após pedir uma 'pizza' pelo 190Mulher foi salva após pedir uma ‘pizza’ pelo 190 – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Segundo a PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), a mulher ligou para o 190 e falou que queria pedir uma pizza. O atendente entendeu que a vítima estava em perigo e enviou uma viatura para o endereço em que ela estava.

Ao ver que a viatura havia chegado ao local, a mulher correu para fora da casa. Os policiais pediram reforço para encaminhar a mulher para um local seguro e adentrar a residência do suspeito, que foi encontrado segurando a faca que usava para ameaçar a mulher. A faca foi apreendida e o homem foi detido na hora.

Estratégia é utilizada em todo o Brasil

Em entrevista ao Balanço Geral DF, o porta-voz da PMDF Capitão Munhoz disse que a situação é comum e os policiais são treinados para atender esse tipo de ocorrência.

“No país, existem vários relatos de a vítima ligar e solicitar uma pizza. Os atendentes são treinados para qualquer tipo de mensagem que fuja dos padrões do 190 para atender e mandar uma viatura verificar”, explicou o porta-voz.

Falsos pedidos pelo 190 são uma estratégia comum no Brasil para denunciar violência contra mulher, segundo porta-voz da PMDF – Foto: Carlos Jr/Arquivo/NDFalsos pedidos pelo 190 são uma estratégia comum no Brasil para denunciar violência contra mulher, segundo porta-voz da PMDF – Foto: Carlos Jr/Arquivo/ND

Ouça o momento que a vítima aciona o 190 para pedir ‘pizza’:

PM: Polícia Militar.

Mulher: Boa noite, amigo. Eu já fiz um pedido… já fiz um pedido, pelo amor de Deus.

PM: Pedido de quê?

Mulher: Uma pizza. Amigo, eu pedi uma pizza aí e não tá vindo. Eu fiz um pedido de uma pizza.

PM: Como é o nome da senhora? Eu entendi o que a senhora tá falando. Nós vamos mandar até um refrigerante geladinho… Qual o endereço completo aí, senhora?

PM: Qual refrigerante a senhora vai querer?

Mulher: Uma Coca-cola. Tô precisando.

Mulher: Aí você pode vir logo? É que eu tô com fome!

PM: Tá bom. Vai rapidinho, tá?

Mulher: Obrigada, obrigada, eu agradeço. Gratidão! (começa a chorar)

PM: É só aguardar, tá?

Mulher: Tá bom! (diz chorando)

Viatura foi enviada ao local após falso pedido de pizza pelo 190Viatura foi enviada ao local após falso pedido de pizza pelo 190 – Foto: Agência Brasília/Reprodução/ND

Como denunciar violência contra a mulher

Governo Federal

  • Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher

Para entrar em contato com o serviço, é preciso adicionar o Ligue 180 no WhatsApp, enviando uma mensagem para o número (61) 9610-0180.

A atendente virtual, chamada Pagu, irá oferecer várias opções automáticas de ajuda. Mas, a qualquer momento uma atendente da central, composta somente por mulheres, poderá ser acionada.

O Ligue 180 funciona 24h, todos os dias e em todo o país, sem cobranças para ligações.

  • Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público

O contato com o canal especializado Conselho Nacional do Ministério Público para recebimento de denúncias relacionadas à violência contra a mulher pode ser feito pelo telefone 610 3315-9476 (WhatsApp) ou pelo e-mail: ouvidoriadasmulheres@cnmp.mp.br.

Santa Catarina

Ligue 190 (para situação de emergência) ou denuncie através do Aplicativo PMSC Cidadão (disponível em Android ou IOS).

Disque Denúncia 181 (aceita denúncia anônima) ou envie mensagem ao número (48) 98844-0011 (WhatsApp/Telegram).

É possível também registrar um boletim na Delegacia de Polícia Virtual da Mulher.

Caso não encontre uma especializada, a queixa pode ser prestada na delegacia mais próxima.

Quem pode denunciar

Qualquer pessoa pode fazer uma denúncia e auxiliar mulheres em situação de violência. A denúncia de conhecidos e vizinhos, por exemplo, pode fazer toda a diferença entre uma agressão e um feminicídio. Os canais de denúncia preservam o anonimato dos denunciantes.

*Com informações do Balanço Geral DF

Fagner Lopes

CEO Presidente e fundador da Obewise Entertainment Network, escritor, biomédico e amante de jogos eletronicos, mais precisamente DOTA 2. Redator do site e artista na Obewise Radio Network.

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