Quase três décadas se passaram desde o lançamento de “Batman & Robin”, mas o filme de 1997 continua vivo na memória coletiva, nem sempre pelos melhores motivos. Em uma rara conversa, Chris O’Donnell (Robin) e Alicia Silverstone (Batgirl) abriram o jogo sobre as experiências caóticas durante as filmagens e como a onda de críticas afetou toda a equipe.
O longa, dirigido por Joel Schumacher, surgiu em um momento de virada radical para a franquia. Após os filmes sombrios de Tim Burton, a proposta era injetar cores vibrantes, um tom leve e um visual quase cartoonizado em Gotham City. Embora tenha arrecadado quase 238 milhões de dólares mundialmente, a recepção foi implacável: fãs e críticos elegeram a produção como um dos piores filmes de super-herói de todos os tempos.
Alicia Silverstone recorda com certa perplexidade os bastidores. Em entrevista à Entertainment Weekly, ela descreveu cenários gigantescos cheios de extras, onde nada parecia fazer muito sentido. “Lembro-me de perguntar: ‘O que fazemos agora?’, e George [Clooney] e Chris me diziam para não me preocupar, que eu ia me sair bem”, contou, rindo. A atriz destacou ainda os trajes incrivelmente desconfortáveis, que demandavam talco para vestir e impediam até idas ao banheiro.
Para Chris O’Donnell, a fase pós-lançamento foi ainda mais difícil. O ator descreveu a reação do público como “cheia de ódio”, um tsunami de críticas que atingiu em cheio o diretor Joel Schumacher. “Ele chegou a levantar a bandeira branca durante a promoção, dizendo ‘Chega, não aguento mais’. Ficou profundamente magoado”, revelou O’Donnell, que mesmo assim guarda saudades da experiência.
O tempo, no entanto, trouxe uma revisão interessante. Silverstone compartilhou que, hoje, o filme desenvolveu um culto entre o público LGBTQ+, celebrado justamente por seu exagero e estética camp. O’Donnell, por sua vez, mantém uma relação afetiva com a produção, até hoje guarda os Batmóveis de brinquedo que ganhou durante as filmagens.
Após o impacto de “Batman & Robin”, a franquia ficou adormecida até ser revitalizada por Christopher Nolan em 2005. O filme de Schumacher pode não ter envelhecido como um clássico, mas segue como um capítulo irresistivelmente colorido – e polêmico – na história do Homem-Morcego no cinema. Trinta anos depois, ainda gera conversas, memes e, para alguns, uma ponta de carinho nostálgico.
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