O inventor James Bruton, famoso por seus projetos malucos e engenhocas impressionantes, apresentou sua mais nova criação: um carro elétrico em miniatura controlado apenas pelos movimentos do rosto. A invenção usa o recém-lançado Arduino UNO Q, uma placa de computação que une o poder de um microcontrolador com o de um computador completo rodando Linux. O resultado é um veículo que parece ter saído direto de um set de LEGO Technic, mas com tecnologia real de ponta.
A estrutura do carro foi construída com tubos de fibra de vidro, escolhidos por Bruton por serem mais baratos e resistentes que os de fibra de carbono. Esses tubos formam um chassi modular, preso com presilhas 3D impressas em plástico Polymax PLA, além de parafusos e porcas que permitem desmontar o veículo facilmente para transporte. A tração é feita por dois motores brushless que movem as rodas traseiras com correias, suportando tranquilamente o peso do inventor. Já as rodas dianteiras contam com eixos independentes e um sistema elétrico de direção movido por dois motores de engrenagem DC.
O coração do projeto é o Arduino UNO Q. Essa placa combina o controle de hardware em tempo real com a capacidade de rodar tarefas complexas, como inteligência artificial. Bruton programou o lado microcontrolador para controlar os motores, enquanto o sistema Linux executava um modelo de IA criado com a plataforma Edge Impulse. Uma webcam USB, presa a um suporte flexível, captava os movimentos de seu rosto. Quando ele inclinava a cabeça para a esquerda ou direita, o sistema reconhecia o movimento e enviava os comandos para o microcontrolador, ajustando automaticamente a direção do carro.
A integração entre as duas metades do Arduino é o que torna o projeto tão impressionante. Usando o App Lab da Arduino, Bruton conseguiu unir código Arduino com Python e HTML para fazer tudo funcionar em harmonia. Ele utilizou um modelo pré-treinado de rastreamento facial da biblioteca “bricks”, configurado para ignorar rostos pequenos e se concentrar apenas nos movimentos da sua própria face. Mesmo com uma taxa de atualização de apenas 3 a 4 quadros por segundo, o sistema respondeu de forma fluida e intuitiva.
Além da tecnologia embarcada, o carro tem soluções mecânicas engenhosas. As rodas usam pneus flexíveis de TPU90 e cubos impressos em 3D, garantindo aderência sem escorregar. Os motores são ligados às rodas traseiras por polias impressas com precisão de 0,5 mm, tensionadas por suportes deslizantes ajustáveis. O sistema de direção segue o princípio da geometria Ackermann, que faz a roda interna girar mais que a externa em curvas, permitindo manobras suaves e precisas. A energia vem de uma bateria LiPo 6S de 24 volts, controlada por um contato de 500 amperes e ESCs de skate, com botão de emergência incluído.
Para levar o carro até Turim, na Itália, Bruton projetou o chassi de forma modular, desmontável em caixas. Ele transportou tudo para o Museu Nacional do Automóvel, onde remontou e ajustou o veículo. Após calibrar o sistema de direção com um joystick, passou a controlá-lo totalmente com o rosto, dirigindo em meio a uma multidão de 200 a 300 pessoas, desviando habilmente apenas com os movimentos da cabeça. O sistema ainda foi conectado via Wi-Fi a outro Arduino UNO Q, permitindo a Bruton monitorar em tempo real o rastreamento facial no notebook.
O projeto é um exemplo perfeito do que acontece quando criatividade, impressão 3D e inteligência artificial se encontram. Bruton transformou uma simples ideia de controle facial em um veículo funcional que parece um brinquedo futurista, provando mais uma vez que o espírito maker não conhece limites.
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