A inteligência artificial virou o grande tabu de Hollywood, e não é difícil entender o motivo. Sempre que algum estúdio anuncia que está usando a tecnologia, as redes sociais explodem em críticas e protestos de fãs, diretores e artistas. Mas a realidade é que a IA não está apenas “chegando” à indústria do entretenimento. Ela já está lá, operando silenciosamente nos bastidores, e sendo usada muito mais do que o público imagina.
Enquanto algumas produtoras assumem abertamente o uso de IA em seus processos, há uma parte bem mais discreta dessa história, uma que poucos têm coragem de comentar. A tecnologia já faz parte de várias etapas da criação de um filme, inclusive no desenvolvimento de roteiros e ideias. Em muitos casos, profissionais envolvidos nesses projetos assinam acordos de confidencialidade (NDAs) para manter tudo em segredo, justamente para evitar polêmicas.
E é compreensível. A simples menção ao uso de IA pode causar uma tempestade de críticas online. Ainda assim, essa resistência não é novidade para Hollywood. A história do cinema é cheia de momentos em que novas tecnologias foram vistas como ameaças, do surgimento do som nos filmes, passando pela transição dos efeitos práticos para os digitais, até o uso massivo de computação gráfica. Em todos os casos, o medo inicial deu lugar à aceitação. Agora, a inteligência artificial representa apenas o próximo passo dessa evolução inevitável.
O caso mais recente que colocou o tema em evidência é o da atriz digital Tilly Norwood, criada inteiramente por IA. Ela é apenas uma entre várias performers sintéticas que estão sendo desenvolvidas por empresas especializadas em tecnologia para o cinema. E esse número tende a crescer rapidamente.
Quer gostemos ou não, a inteligência artificial já se tornou parte essencial do processo criativo e técnico de Hollywood. E conforme a tecnologia avança em ritmo acelerado, ela deixará de ser um segredo sujo guardado a sete chaves para se tornar uma ferramenta natural, tão comum quanto qualquer câmera ou software de edição. O que antes parecia uma ameaça ao cinema, em breve será apenas mais uma forma de contar histórias.
Veja mais sobre cinema.