A OpenAI acaba de dar um passo ousado no território dominado pelo Google. O ChatGPT Atlas, novo navegador da empresa, chega com a proposta de transformar a navegação online em algo mais natural, conversacional e integrado, uma experiência que une busca, ação e interação em um só lugar. A ideia é simples, mas ambiciosa: eliminar a necessidade de alternar entre abas e caixas de pesquisa, colocando a inteligência artificial no centro da web.
Sam Altman, CEO da OpenAI, descreve o Atlas não como uma ferramenta, mas como uma espécie de “companheiro digital” sempre pronto a ajudar com um clique. O navegador já está disponível para usuários de Mac, tanto na versão gratuita quanto na premium, e versões para Windows, iOS e Android devem chegar em breve. O processo de entrada é direto: basta acessar o site da OpenAI com suas credenciais do ChatGPT e importar favoritos, senhas e histórico do navegador anterior.
Ao abrir uma nova aba no Atlas, você não encontra apenas uma barra de pesquisa tradicional. Em vez disso, há um espaço central onde é possível digitar perguntas, URLs ou comandos diretos, e o navegador responde com uma mistura de texto, links, vídeos, imagens e notícias. Pesquise, por exemplo, por um site de aluguel de temporada, e o Atlas já oferece atalhos úteis como a página inicial, login e portal de proprietários. Logo abaixo, aparecem sugestões contextuais como ideias de receitas, listas de presentes ou até a opção de ativar o “modo agente” para automatizar tarefas, como criar uma lista de compras.
O grande diferencial, porém, está na lateral da tela: um painel com o ChatGPT sempre ativo. Ele observa o conteúdo exibido e oferece respostas ou resumos automaticamente, sem que o usuário precise copiar trechos de texto manualmente. O Atlas entende o que está na tela e interage de forma inteligente.
O navegador também aposta forte em personalização. O recurso de “memórias” (opt-in) permite que o Atlas lembre os sites visitados e use essas informações para contextualizar futuras conversas, sempre com controle total do usuário. É possível ocultar páginas específicas, arquivar dados antigos, limpar o histórico ou ativar o modo anônimo, que desativa completamente o registro das atividades.
Já o “modo agente”, disponível para assinantes Plus, Pro e Business, leva a automação a outro nível. Nele, o Atlas pode realizar tarefas inteiras: planejar refeições, adicionar ingredientes ao carrinho de um mercado online, agendar entregas ou, no ambiente profissional, revisar documentos e gerar resumos estratégicos. Tudo isso dentro de abas controladas pelo próprio usuário.
A OpenAI também reforçou a segurança do navegador, evitando que comandos maliciosos embutidos em sites ou e-mails induzam ações não autorizadas. O modo desconectado reduz riscos e, segundo a empresa, novas camadas de proteção serão adicionadas conforme o navegador evolui. Há ainda filtros parentais e opções para desativar completamente as “memórias” ou o modo agente, garantindo privacidade e controle.
Com o ChatGPT Atlas, a OpenAI aposta em uma nova forma de usar a internet, uma em que navegar e conversar se tornam a mesma coisa. O navegador quer transformar o ato de buscar informação em algo mais fluido, natural e, claro, inteligente.
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