Ben Cohen, cofundador da Ben & Jerry’s, decidiu transformar um símbolo político em sobremesa. Aos 74 anos, o empresário está desenvolvendo um sorvete de melancia pela sua marca independente, Ben’s Best, como forma de apoiar a causa palestina e protestar contra o que chama de censura corporativa.
Em um vídeo publicado no X (antigo Twitter), Cohen aparece esmagando pedaços de melancia enquanto explica a inspiração por trás da receita. Segundo ele, o sabor foi criado para promover “paz permanente na Palestina” e defender “justiça e dignidade para todos”. A escolha da fruta não é aleatória: a melancia, com suas cores vermelha, verde, branca e preta, é há décadas um símbolo da resistência palestina, espelhando as cores da bandeira nacional e frequentemente usada em manifestações e obras de arte.
A ideia do sabor “pela paz na Palestina” não é nova. Cohen revelou que o conceito havia sido aprovado pelo conselho independente da Ben & Jerry’s há mais de um ano, mas acabou vetado pela Unilever, que é dona da marca, sob o argumento de que “não era o momento certo”. Inconformado, o empresário decidiu seguir em frente com o projeto de forma autônoma, usando sua linha Ben’s Best, uma iniciativa sem fins lucrativos que direciona lucros para causas sociais.
Agora, Cohen está convidando o público a participar do processo criativo, sugerindo nomes e designs para o novo sabor. Ele afirma que a proposta não é lançar apenas mais um produto no mercado, mas criar uma colaboração comunitária que una ativismo, arte e gastronomia em um gesto simbólico de solidariedade.
Com essa nova empreitada, Ben Cohen reforça a imagem que o acompanhou por toda a carreira: a de um empreendedor que mistura ativismo político com sorvete, e que não tem medo de provocar debates, mesmo quando isso incomoda as grandes corporações.
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