Muito tem se falado sobre as decisões da gerencia do Xbox em busca de lucrosos e que a meta de margem de lucro seria 30% para o Xbox, mas que isso pode ter consequências negativas para futuros projetos.
De acordo com entravista ao 404 Media no YouTube, Jason Schreier, da Bloomberg, discutiu seu rumor recente de que a Microsoft agora espera que sua divisão de jogos Xbox apresente margens de lucro próximas a 30%, um patamar mais comumente associado a negócios de software de alta margem, como Azure ou Windows. Embora Schreier tenha observado que tal meta não é inerentemente irrealista “em um cenário ideal”, ele alertou que essa exigência pode distorcer a estratégia de longo prazo do Xbox.
Segundo Schreier, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, e a CFO, Amy Hood, provavelmente consideram a margem de 30% razoável, visto que as outras divisões da empresa voltadas para software rotineiramente alcançam margens semelhantes ou superiores. Para muitos jogos tradicionais, a matemática não é impossível, já que um jogo de US$ 100 milhões faturar US$ 130 milhões é teoricamente possível. No entanto, o Xbox não está operando em condições normais. A existência do Game Pass, o serviço de assinatura da Microsoft, complica significativamente as projeções de receita. Os títulos lançados no mesmo dia vendem menos cópias, pois os jogadores podem simplesmente assinar em vez de pagar o preço integral.
Essa tensão é especialmente evidente para equipes de desenvolvimento como a Double Fine. Quando a Microsoft adquiriu o estúdio em 2019, a mensagem era criar jogos excelentes e criativos. Seus títulos de nicho, focados na arte, nunca tiveram a expectativa de vender milhões de cópias, mas agregavam valor cultural e artístico ao ecossistema do Xbox. Schreier argumentou que impor metas rígidas de margem de lucro a esses estúdios altera fundamentalmente seu propósito e pode restringir os tipos de jogos que eles produzirão no futuro.
Segundo Schreier, o impacto da exigência de margem de lucro de 30% já é visível. Projetos com longos ciclos de P&D, ou aqueles com pouca probabilidade de serem lucrativos imediatamente, têm sido cada vez mais cancelados. Novas IPs ambiciosas, como Blackbird, da Zenimax Online, e reboots antes aguardados, como Perfect Dark, foram descartados em parte porque não prometiam retorno financeiro a curto prazo. O jornalista da Bloomberg afirmou que essas decisões refletem uma mudança para um pensamento de curto prazo em detrimento do desenvolvimento de futuras franquias. Iniciativas com grande investimento em P&D raramente geram margens de 30% logo de início, mas, historicamente, é assim que os maiores sucessos da indústria, como Halo, foram criados.
