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Charlie Cox evita assumir crédito por atuação indicada a prêmio em Clair Obscur, e reacende debate sobre performances em games

Charlie Cox voltou aos holofotes por um motivo inusitado: sua indicação ao prêmio de Melhor Performance por Clair Obscur: Expedition 33. O jogo da Sandfall Interactive, apontado como um dos grandes favoritos do The Game Awards deste ano, aparece em várias categorias e deve figurar entre os destaques da cerimônia. Mas, enquanto o público celebra, o intérprete de Gustave prefere tirar o próprio nome da equação.

O ator, conhecido como o Demolidor da Marvel, contou que sua participação no projeto foi mínima, limitada a algumas horas dentro do estúdio de gravação. Ainda assim, o personagem conquistou uma legião de fãs, e a recepção calorosa veio acompanhada da indicação que o colocou ao lado de outros nomes do elenco de voz do RPG. Mesmo assim, Cox afirma não se sentir à vontade para aceitar os elogios sozinho.

Durante um painel no evento La Conve 64, no México, ele disse que grande parte da responsabilidade pelo impacto emocional do personagem deve ser atribuída ao ator francês Maxence Cazorla, responsável pela captura de movimentos de Gustave. Segundo Cox, a essência do herói não está apenas em sua voz, mas no trabalho físico e expressivo que Cazorla entregou.

Cazorla agradeceu publicamente o reconhecimento, mas destacou no X (antigo Twitter) que o resultado final só foi possível graças ao esforço conjunto da equipe, algo que inclui atores de voz, direção, animadores e todos os profissionais envolvidos na construção do personagem. Vale lembrar que ele também foi o corpo por trás de Renoir e Verso, cujas interpretações igualmente chamaram atenção. Verso, dublado em inglês por Ben Starr, também está indicado ao prêmio de Melhor Performance, assim como Jennifer English, que dá vida à personagem Maelle.

O caso reacende uma discussão antiga na indústria: até que ponto as premiações devem separar ou reconhecer de maneira mais clara o trabalho dos artistas de motion capture? Figuras como Aliona Baranova, diretora de performance de Baldur’s Gate 3, já expressaram o desejo de ver essas categorias tratadas de forma independente. No entanto, considerando o histórico do The Game Awards, que tende a combinar ou simplificar categorias, muitos duvidam que essa mudança aconteça tão cedo.

Enquanto isso, Clair Obscur: Expedition 33 segue acumulando reconhecimento e mostrando que, por trás de cada personagem marcante, existe uma cadeia complexa de talentos que vai muito além da cabine de voz. A própria hesitação de Cox acaba sendo um lembrete dessa engrenagem invisível que torna o jogo tão especial.

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Fagner Lopes

CEO Presidente e fundador da Obewise Entertainment Network, escritor, biomédico e amante de jogos eletronicos, mais precisamente DOTA 2. Redator do site e artista na Obewise Radio Network.

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