Doug Chiang, diretor executivo de criação da Lucasfilm e uma das vozes mais influentes no visual de Star Wars, pode ter passado décadas moldando a estética da galáxia muito, muito distante, mas, para ele, ainda existe apenas uma pessoa que realmente compreende a essência desse universo: George Lucas.
Em uma conversa recente com o Creative Bloq, Chiang refletiu sobre seu processo criativo, sobre as regras invisíveis que regem o design da saga e sobre a presença constante do criador da franquia como seu ponto de referência definitivo.
Segundo Chiang, trabalhar em Star Wars exige muito mais do que imaginação solta ou nostalgia.

Existe uma lógica interna, uma linguagem visual cuidadosamente construída que dá unidade a tudo, dos filmes e séries aos parques temáticos e videogames.
Ele explica que muitos fãs enxergam as naves, cidades e personagens como criações simples e diretas, e isso faz parte do charme. mas, por trás dessa aparente simplicidade, há camadas de diretrizes que funcionam como um manual não escrito da galáxia.
É esse conjunto de regras que mantém a coerência do universo desde os anos 70.
E ninguém domina esse código tão bem quanto Lucas. Mesmo depois de quase trinta anos dentro da Lucasfilm, Chiang admite que ainda tenta alcançar o entendimento total que o cineasta tem do visual da franquia.
“Na prática, só o George realmente sabe o que é o design de Star Wars. Eu faço o meu melhor, mas nem sempre acerto cem por cento”, comentou.

A relação de Chiang com Star Wars começou em 1995, culminando na função de diretor de design em A Ameaça Fantasma e Ataque dos Clones, dois filmes que definiram toda a estética dos prelúdios.
Após um período longe da Lucasfilm, ele retornou em O Despertar da Força e desde então vem colaborando em praticamente todos os grandes projetos, incluindo The Mandalorian and Grogu, previsto para o próximo ano.
Enquanto isso, Lucas segue distante da saga e concentrado em seu novo grande projeto: o Lucas Museum of Narrative Art, que está previsto para abrir em 2026.
Em uma entrevista recente, ele comentou com naturalidade sobre ter deixado Star Wars para trás. Disse que a Disney levou a série para a própria direção e que isso é parte do processo, enquanto ele se dedica ao museu, um desafio que, segundo Lucas, é até mais complexo que fazer filmes.

Mesmo assim, sua filosofia de design permanece enraizada em tudo que a Lucasfilm produz.
Chiang, que aprendeu diretamente com o criador da franquia, é hoje o guardião desse legado visual, equilibrando tradição e novidade a cada projeto.
Conforme novas séries, filmes e experiências imersivas expandem o universo, ele garante que tudo ainda pareça autenticamente Star Wars, mantendo o espírito original vivo enquanto empurra a galáxia para o futuro.
No fim das contas, cada novo planeta, cada nova nave e cada novo personagem criado por Chiang carrega um pouco da lição deixada por Lucas, e isso continua sendo o que mantém Star Wars reconhecível, mesmo depois de tantas eras e tantas mãos ajudando a construir esse universo.
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