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Ozempets: Cientistas testam remédios estilo Ozempic para emagrecer gatos e cachorros

A cena pode parecer saída de uma sitcom futurista, mas está prestes a virar realidade: cães e gatos acima do peso podem, em breve, contar com sua própria versão dos famosos remédios de emagrecimento usados por humanos. A era dos “ozempets”, como alguns já brincam, começa a tomar forma enquanto cientistas investigam o uso de medicamentos semelhantes ao Ozempic e ao Wegovy em animais domésticos.

Segundo o New York Times, a Okava Pharmaceuticals, uma empresa de biotecnologia de San Francisco, deve anunciar o primeiro estudo piloto dessa ideia, começando por gatos obesos.

E a forma de aplicação parece feita para deixar a internet inteira desconfiada: em vez das injeções periódicas que as pessoas recebem, os felinos terão microimplantes do tamanho de um chip subcutâneo, capazes de liberar a medicação de modo contínuo por até seis meses.

A ideia é facilitar a vida dos donos, e a Okava já planeja testar o mesmo método em cachorros.

“Você coloca o implante ali debaixo da pele e volta meio ano depois… e o gato está mais magro”, disse Chen Gilor, veterinário da Universidade da Flórida que lidera o estudo. “É quase mágico.”

Esses medicamentos, conhecidos como agonistas de GLP-1, foram desenvolvidos originalmente para tratar diabetes, imitando um hormônio intestinal que regula o açúcar no sangue e também a sensação de fome.

Essa redução do apetite acabou transformando os remédios em fenômenos de perda de peso entre humanos, o que naturalmente levantou a dúvida: e nos pets?

A possibilidade, claro, abre discussões bem mais complexas. Cães e gatos já sofrem há décadas com padrões estéticos impostos pelos próprios criadores e donos, muitas vezes às custas da saúde dos bichos.

Agora, surge um debate sobre até que ponto é correto medicar animais para que se encaixem em idealizações humanas de corpo “perfeito”.

Ao mesmo tempo, a obesidade entre pets é um problema real. Quase 60% dos cães e gatos nos EUA estão acima do peso, e centenas de milhares convivem com diabetes, segundo Gilor.

Para muitos deles, o tratamento pode significar não apenas estética, mas saúde e longevidade, especialmente quando os donos não garantem exercícios ou alimentação adequada.

Alguns veterinários já vêm usando, de forma limitada, remédios de GLP-1 feitos para humanos em animais diabéticos.

Um endocrinologista da Texas A&M contou ao NYT que prescreve o tratamento “algumas vezes por ano” para gatos, o que mostra que a transição para um uso oficial parecia apenas questão de tempo.

Para Ernie Ward, veterinário e fundador da Association for Pet Obesity Prevention, essa revolução está só começando. “Acho que isso vai ser a próxima grande onda”, afirmou. Segundo ele, os veterinários estão “no limiar de uma nova era na medicina da obesidade”.

Se será mesmo mágico como prometem, ou mais uma moda que vai provocar discussões acaloradas entre donos de pets, só o tempo (e talvez os próprios gatinhos) vai dizer.

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Fagner Lopes

CEO Presidente e fundador da Obewise Entertainment Network, escritor, biomédico e amante de jogos eletronicos, mais precisamente DOTA 2. Redator do site e artista na Obewise Radio Network.

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