A ideia de um filme de crossover entre Marvel e DC circula entre os fãs há anos. Seria o maior crossover do cinema, algo histórico, mas a grande pergunta é: isso deveria realmente acontecer ou é o tipo de fantasia que funciona melhor só nas páginas dos quadrinhos?
James Gunn, diretor de Guardiões da Galáxia, O Esquadrão Suicida e hoje um dos chefes da DC Studios, falou sobre o assunto em entrevista à Rolling Stone. E, diferente do que muita gente imagina, ele não descarta a possibilidade.
Pelo contrário, garante que isso já foi tema de conversas sérias nos bastidores.
“Falamos sobre isso um bilhão de vezes. Poderia facilmente acontecer, mas, ao mesmo tempo, acho que seria interessante. Só que também acho que as pessoas meio que já estão saturadas disso”, comentou.
O ponto de Gunn não é nem sobre logística, e sim sobre criatividade. Segundo ele, o que realmente importa é entregar boas histórias, e não apenas jogar personagens na tela por puro fan service.
“As pessoas querem ver boas histórias com seus super-heróis, e é isso que importa. Querem ver diferentes tipos de histórias. E sim, é óbvio que amam super-heróis, mas precisam de mais variedade, precisam de mais qualidade narrativa. Colocar o Superman e o Homem-Aranha juntos não vai funcionar se o roteiro for uma porcaria. Isso tem que partir de um lugar real, e fazer isso funcionar é extremamente difícil”, explicou.
Na sua sala, Gunn guarda um exemplar do clássico Superman vs. The Amazing Spider-Man, o primeiro crossover oficial entre os dois gigantes dos quadrinhos, lançado em 1976. Só que, para ele, os tempos mudaram, e o público também.
Hoje, ele sabe que simplesmente juntar dois logotipos não significa automaticamente um bom filme.
“Eu fiz Superman porque amo o personagem. Fiquei empolgado escrevendo esse filme. Se eu fosse escrever um filme sobre Superman versus Homem-Aranha, eu realmente acharia que isso poderia se tornar um grande filme? Ou faria só porque ‘ah, o público quer ver o Superman e o Homem-Aranha juntos?’”, refletiu.
James Gunn deixou claro que não está nem um pouco interessado em projetos que sejam apenas caça-níqueis, feitos só para arrancar dinheiro dos fãs.
“Se isso um dia acontecesse, teria que estar nas mãos de alguém que realmente achasse que poderia ser incrível. E não só algo feito por dinheiro, porque esse tipo de coisa não me interessa”, afirmou.
Essa, aliás, não é a primeira vez que Gunn fala sobre misturar os dois universos. Em 2021, ele chegou a comentar que sugeriu, em conversas com executivos da Marvel e da DC, um filme crossover entre Harley Quinn e Groot.
“Parece que todo mundo está aberto a tudo. Mas se algum dia isso realmente aconteceria, ninguém sabe. A ideia de poder juntar Marvel e DC num filme seria muito divertida pra mim”, disse.
Divertido, sim, mas só se houver uma boa história que justifique. Gunn reforça que, para ele, “ficar vendo crossover e misturar tudo o tempo todo perde a graça rapidamente, muito mais do que uma boa história bem contada”.
Resumindo, embora na teoria um encontro entre os heróis da DC e da Marvel seja algo “fácil” de se colocar no papel, James Gunn se preocupa mais em saber se isso realmente vale a pena. Por enquanto, a chance de ver Superman e Homem-Aranha dividindo a mesma tela segue apenas no campo dos sonhos, até que apareça uma história que realmente faça sentido contar.
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